Pedras no caminho de uma promissora Startup

Sexta-feira, 11 de junho de 2022. Carlos Magalhães, fundador e diretor-geral da TuttoBene®, está cansado, mas finalmente encontra tempo para olhar o relógio, e vê que já são 20:13. Mais uma vez está atrasado e chegará tarde em casa. Tinha prometido à Tânia, sua mulher, que finalmente iriam sair juntos e jantar. Outra das várias promessas que não conseguiu cumprir e que estavam transformando sua vida familiar num inferno.

Estressado, preferiu pensar no lado bom, na evolução dos negócios de sua start-up. Quem diria que uma ideia surgida durante a pandemia, se tornaria uma promissora empresa. Teve a coragem de abandonar sua bem-sucedida carreira de executivo numa multinacional e partir para a grande aventura de montar o seu próprio negócio.

O início foi difícil, em plena recessão de 2020, na retomada das atividades, mas a ideia de desenvolver um aplicativo para compras via Drive-Thru em supermercados se mostrou promissora desde o primeiro momento. Com suas economias e ajuda de um colega especialista em TI, que se tornou seu sócio e diretor técnico, desenvolveu um protótipo e, antes do final de 2021, já tinha conquistado clientes de médio porte, 2 redes regionais de supermercados.

Assim, obteve recursos de um investidor-anjo e pode sair do home-office, alugar uma sala pequena e contratar os primeiros 2 funcionários. Com isso, pode entregar as primeiras versões e o faturamento começou a surgir e crescer, se equilibrando com as despesas também crescentes. Tudo isso regado a muito suor e trabalho de segunda a sábado, das 08 da manhã às 8 da noite.

Na virada do ano, as esperanças se mostraram verossímeis e importantes redes se interessaram em conhecer seu aplicativo e, finalmente, a maior rede nacional fechou negócio no final de maio de 2022.

Agora, teria de contratar mais funcionários e sair da pequena sala onde estava situado. E se defrontava com o planejamento dos próximos meses. A economia nacional estava em crescimento, bem como as receitas advindas dos primeiros clientes. A nova rede iria implantar seu aplicativo somente em 10% de suas lojas e, se tudo desse certo, passaria a adotá-lo progressivamente até chegar à totalidade de suas filiais, o que representaria multiplicar por 10 suas receitas. Como prever mensalmente este crescimento? Quantas pessoas teria de recrutar, selecionar, contratar e treinar? Que tamanho de sala deveria buscar?

Em paralelo a tudo isto, deveria estruturar a empresa de modo que sua atenção ficasse voltada aos fatores críticos de sucesso do negócio e a entregar o seu melhor para todos os clientes, assegurando sua constante aceitação e progresso.

O planejamento que estava sendo elaborado não contemplava a possibilidade de conquista de mais clientes. O que seria um forte sinal de sucesso, para ele era uma coisa assustadora, pois extrapolava sua capacidade gerencial. Se abstendo de pensar nessa possibilidade, preferia concentrar seus esforços nas várias preocupações imediatas.

A primeira seria encontrar uma nova e boa sala, bem localizada e que oferecesse uma boa qualidade de vida no trabalho aos funcionários, para que eles se sentissem atraídos, fossem produtivos, felizes e passassem a ser fiéis. Por outro lado, iria ter várias novas despesas, desde multa pelo encerramento do contrato de aluguel do atual escritório, passando por encontrar fiador para o aluguel da nova sala, até as despesas de decoração, compra de móveis, plantas, instalações, mudanças, etc. Esta lista parecia não ter fim!

Como se isso não bastasse, o seu investidor era orientado à sustentabilidade, requerendo que todas as empresas as quais apoiava tivessem ótimas condições de trabalho, com ambiente higienicamente seguro, fruto do trauma causado pelo COVID-19.

Sua ideia inicial seria alugar um espaço 2,5 vezes maior que o atual. Mas, e se as suas previsões fossem pessimistas, e para fazer frente a uma demanda maior precisasse contratar mais funcionários? Como faria? Teria de rescindir o novo contrato e partir para um escritório ainda maior? E incorrer em mais despesas?

Dessa maneira, ao invés de estar pensando nas entregas e na satisfação dos seus clientes, ele passaria a gastar tempo com imobiliárias??!! E, com isso, teria menos tempo para corrigir as coisas em casa com a sua mulher Tânia.

Ufa! Para um final de uma sexta-feira à noite, o seu cérebro dava sinais que iria fundir com tantos detalhes. Resolveu, então, fazer uma nova tentativa em falar com um amigo consultor de empresas. Havia lhe telefonado à tarde, mas teve de interromper a conversa para atender a um cliente.

A sorte lhe sorriu! Conseguiu falar e, melhor que isso, o amigo pensou nos seus problemas. A primeira abordagem dele, foi meia estranha. Lhe pediu para discutir a evolução do telefone. Esse simples aparelho básico que somente realizava ligações telefônicas, tinha passado por uma verdadeira revolução nas últimas 2 décadas, tornandose um smartphone que incorpora dezenas de outras funcionalidades.

Figura – I – A Evolução do Telefone

Figura – I – A Evolução do Telefone

A sua relação custo/benefício também evoluiu, pois oferece a conveniência de agrupar vários aparelhos num único dispositivo. Não é possível comparar o seu preço com aquele velho telefone básico de nossos pais, seria o mesmo que avaliar uma maçã frente a uma banana. São díspares.

Este consultor usou a imagem do smartphone para, em seguida, falar com Carlos que em termos de escritórios também houve uma evolução semelhante. Aquela velha sala que se alugava, ao contrário do antigo telefone, ainda existe. Mas ela cada vez perde competitividade para o seu sucessor: o Coworking.

Isto, tal qual o smartphone, se deve ao fato do Coworking oferecer muito mais que a velha sala. Em geral, trata-se de uma oferta de um espaço dinâmico, flexível, seguro e produtivo, para que o foco da empresa-cliente seja obter resultados através de uma equipe feliz e fiel.

Um espaço dinâmico é o mais adequado a empresas de tecnologia, em especial às start-ups, pois tem escalabilidade, ou seja, permite um rápido e contínuo crescimento, mantendo-se o mesmo endereço, sem as despesas e investimentos necessários às frequentes mudanças de salas.

Flexível, o suficiente para propiciar diferentes espaços de acordo com cada ocasião. Às vezes, um determinado funcionário necessita estar sozinho para poder se concentrar numa tarefa específica e crucial. Outras vezes, precisa estar e colaborar numa equipe para a busca de uma solução conjunta. E, finalmente, pode desejar ir para um longue para relaxar ou fazer integração. Isto sem mencionar as indispensáveis salas de reuniões, de videoconferência, cabines telefônicas e local para eventos ou treinamento.

A segurança será provida pela higiene e limpeza, pela guarda/equipe protetiva que zele pelos ativos físicos e humanos, pela assistência médica emergencial, por um completo e atualizado PPCI – Plano de Proteção e Combate a Incêndios, pelo uso de um gerador geral que não permita paralizações por eventual falta de luz e, também, pela imprescindível redundância na internet de banda larga.

Esse conjunto de fatores se aliados a outros serviços e conveniência, tornarão o Coworking muito produtivo, além de afastar da cabeça do gestor um grande número de preocupações.

Nesse sentido, o consultor apresentou a Carlos a Figura – II abaixo.

Figura – II – Preocupações de quem NÃO É CLIENTE de um Coworking

Figura – II – Preocupações de quem NÃO É CLIENTE de um Coworking

Carlos achou de grande valia a conversa com o seu amigo consultor. Agora, teria de mensurar todas essas preocupações elencadas na figura acima e, então, ponderá-las com a visão do futuro próximo da sua empresa. Até que ponto valeria a pena dispender tempo e dinheiro em gerenciar o espaço físico de sua empresa, quando pode terceirizar tal tarefa através de especialistas, se concentrando na gestão da atividade-fim do seu negócio?

O pensamento que vem à sua mente é que na planilha de comparação entre os custos do aluguel do velho modelo de escritório e um Coworking, nenhum gestor coloca o valor de suas horas gastas no gerenciamento do espaço físico e os valores correspondentes às oportunidades que eventualmente irá deixar de aproveitar por não 6 poder realizar isso simultaneamente. Se lançasse tais custos e valores, certamente os antigos hábitos de locação estariam sepultados.

Essas velhas salas ainda sobrevivem porque muitos executivos perdem tempo tentando negociar centavos, ao invés de olharem e aproveitarem os vários cavalos encilhados que passam à sua frente.

Olhando novamente para o relógio, Carlos estava aliviado. Agora já tinha informação para a tomada de decisão e não precisaria trabalhar neste sábado, dia 12 de junho, Dia dos Namorados. E poderia dedicar total atenção à Tânia durante o fim de semana, mostrando a ela que o seu marido, como executivo, a exemplo do telefone e da antiga sala, também tinha evoluído.

Quem viver, verá!

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